domingo, 15 de setembro de 2013

O que querem as ruas




"A participação dos Agentes de Saúde nas manifestações ocorridas em nosso país tem sido por motivos bastantes definidos. Além de apoiar os movimentos populares nas manifestações, considerando a natureza originariamente social dos agentes, eles lutam por melhores condições de trabalho. Desde 2006 que a Lei 11.350, que versa sobre melhores condições laborativas dos referidos trabalhadores, foi regulamentada e, vergonhosamente, até os dias atuais ainda há mais de 200 mil agentes trabalhando em situações precárias. A não efetivação, como garante a lei, o pagamento de adicional de insalubridade, a falta de equipamento de trabalho e desvios de função, são abusos cometidos pelos gestores que tem prejudicado não apenas os trabalhadores como toda a sociedade que se beneficia pelo Programa Saúde da Família.

Outra questão que tem sido uma das principais bandeira da Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde - MNAS, é o Piso Salarial Nacional. A Emenda Constitucional - EC 63, aprovada na Câmara e Senado Federal, que garante o Piso Nacional e autoriza a implantação de um plano de carreira, ainda não foi regulamentada. Os agentes comunitários e de combate às endemias são duplamente penalizados com a situação porque, além de não ter os seus direitos respeitados ainda tem que passar pela exploração de deputados federais que se servem da situação para se beneficiar, fingindo que são solidários à categoria, contudo, protelam ainda mais o tempo para que os referidos problemas sejam sanados," conclui Samuel Camêlo. *

O que querem as ruas 
Autor: Dr. Rosinha  

“O protesto é visível, como são visíveis as razões do protesto, mas que resultado pode ser obtido se o problema não está só no Brasil? Que resultado pode ser obtido se a maioria que está na rua é alienada em relação à política e à economia?”

Há sim razão, e razão de sobra, para manifestantes saírem às ruas. A maioria, sem dúvida nenhuma, protesta por razões visíveis. Porém, essa maioria não sabe como destruir o que não quer, pois isso é invisível para eles.

O invisível do qual sofrem, porém não sabem como destruir, é o modelo econômico e o sistema político não só nacional, mas internacional. O Brasil, apesar de um país em desenvolvimento, é totalmente dependente econômica e financeiramente, como todos no mundo, de um sistema mundial dominado e manipulado pelos grandes países, empresas e banqueiros. Empresas, banqueiros e a maioria dos governantes, com os mesmos interesses: manter o capitalismo.

Esse modelo econômico e financeiro constrói e ao mesmo tempo sustenta um sistema político elitista e conservador, que também é invisível aos olhos da maioria que está nas ruas. Portanto, o protesto é visível, como são visíveis as razões do protesto, mas que resultado pode ser obtido se o problema não está só no Brasil? Que resultado pode ser obtido se a maioria que está na rua é alienada em relação à política e à economia?



Integrantes da coordenação Nacional da Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde 
no centro do Recife/PE.

Mas nós, brasileiros, principalmente nossos governantes, temos a obrigação de dar alguma resposta. Não explicativa de como funciona o sistema, pois isso não resolve e tampouco convencerá os que protestam, mas resposta concreta a algumas das reivindicações que também são concretas. Como transporte público de qualidade, combate firme e transparente à corrupção, liberdade de expressão, ou seja, uma lei que regulamente a mídia, mais segurança, melhoria da saúde pública, e outras mais.

Há também nos protestos o grito de “fora governantes” e mandatários, sendo um dos mais citados o deputado e pastor Marcos Feliciano. Entendo que esse deputado é o símbolo do que há de mais retrógrado no parlamento brasileiro.

Os manifestantes não têm uma organização, um líder, uma palavra de ordem, um símbolo, um partido e tampouco um objetivo comum. Simplesmente buscam mudanças. Mas, elas serão poucas perante o (capitalismo) monstro que a sustenta e esse monstro é ignorado pela maioria.

O governo “deu comida”, mas esqueceu do resto, e se não havia como dar tudo, ao menos tinha que politizar. E politizar significa romper com a mídia tradicional. Esta mídia conservadora distorceu e distorce fatos, mentiu e continua mentindo, criando um ar de insatisfação na população. Mesmo melhorando a vida, dá-se, pelo que transmite a mídia, que a situação está pior do que quando chegamos, 12 anos atrás, ao governo.

Escrevi este texto no final do mês de junho, no calor das grandes manifestações de rua, diferentes das manifestações de 7 de setembro, mais para quebra-quebra do que a para a busca de direitos. Quem ocupou as ruas nesse 7 de setembro? 

* Samuel Camêlo - Coordenador Geral da MNAS, Bacharel em Direito, licenciado e pós-graduado em História, Teólogo e Empreendedor Social.

Divulgação: Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde - MNAS
Uma mega rede voltada aos Agentes de Saúde (ACS e ACE)  
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Fonte: congressoemfoco.uol.com.br 

Postado por: Euclides Avila- Coordenador de Comunicação.

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