"O argumento da pressa [para entregar melhorias para a Copa] é usado e acionado para justificar a ausência de um debate democrático da fiscalização, dos procedimentos. Eu acho que o Rio vive uma crise de mobilidade grave, que não vai se resolver sem uma discussão aprofundada sobre esses projetos que estão sendo construídos". Orlando ressalta problemas no projeto dos BRTs, o primeiro seria relacionado ao fato de estarem concentrados na Zona Sul, Barra e Centro da cidade, o segundo seria a concentração dos investimentos apenas na cidade e não no entorno; e o terceiro as falhas em termos da integração dos diferentes modais de transportes.Orlando Alves dos Santos Junior, doutor em planejamento urbano e regional e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reforça que a crise de mobilidade experimentada pelos turistas durante a JMJ é experimentada pela população todos os dias, e que ela vai além da entrega ou não dos projetos prometidos na área pelo governo para Copa. Ele realizou uma visita técnica ao BRT na Barra e chegou à conclusão de que se trata de um sistema que já nasce "obsoleto". Para ele, o debate em torno do calendário das obras para os megaeventos funciona apenas para excluir da agenda a discussão sobre a eficiência desses projetos. A implantação deles ainda causaram grandes impactos, como as remoções.
Gerônimo Leitão, professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluiminense (UFF), alerta para o caso dos Jogos Panamericanos de 2007, que não teriam deixado nenhum legado prometido em mobilidade urbana e em outras questões. "A mobilidade ainda é algo crítico no caso do Rio. Há uma expectativa no que diz respeito a essas intervenções serem cumpridas. A Transcarioca resolve, mas uma 'andorinha só não faz verão'".
Beni reforça que a maioria dos turistas que visitarão o país durante o megaevento de 2014 serão os sul-americanos, com pequena parcela de norte-americanos, europeus, árabes e asiáticos. "Esses turistas têm um comportamento diferente (do comportamento dos que participaram da JMJ). O europeu, o americano e o asiático se preocupam com mobilidade com segurança. Se preocupam muito com a questão do tráfego, principalmente do Rio, que tem uma imagem internacional, infelizmente, de violência. Eles se preocupam em ficar parado no tráfego".
Postado por: Euclides Avila - Coordenador de Comunicação.
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