Brasília – O Brasil vai sediar, no fim deste ano, uma conferência da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para discutir a formação de
profissionais da área, sobretudo médicos. Serão definidos pelos países
critérios para ampliação e distribuição de vagas de especialistas e a
criação de mecanismos de cooperação internacional para ajudar as nações
com baixas proporções de médicos por habitantes a equilibrar a
disponibilidade dos profissionais.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a escolha do
Brasil para receber o encontro, que ocorrerá no Recife (PE), foi
acertada durante a 66ª Assembleia Mundial de Saúde, que vai até a
próxima terça-feira (28), em Genebra.
“O Brasil foi escolhido por ter pautado a discussão sobre este tema
[atração de médicos estrangeiros ao país] na política internacional de
saúde”, disse hoje (22), ao participar do lançamento da campanha de
doação de leite, em parceria com o Programa Ibero-Americano de Bancos de
Leite Humano.
Ao enfatizar que o governo continua estudando trazer médicos de
outros países para preencher vagas em regiões com carência desses
profissionais, Padilha informou ter retornado nesta quarta-feira ao
Brasil a equipe do ministério que participou das reuniões, em Genebra,
sobre políticas de atração e fixação de médicos estrangeiros em países
como o Canadá, a Espanha, Portugal e a Inglaterra.
“Vamos ouvir detalhes não só sobre possíveis acordos bilaterais com
Espanha e Portugal, mas também sobre como países como Austrália, Canadá e
Inglaterra fazem para atrair médicos estrangeiros”, disse. Entre os
possíveis acordos bilaterais que o Brasil avalia, está o que prevê
intercâmbio para especialização de médicos em universidades de países
europeus.
“O Brasil precisa dar mais oportunidade para os médicos fazerem
especialização nas áreas que mais precisamos. No caso dos
anestesiologistas, por exemplo, são formados atualmente no Brasil quase
600 por ano para uma população de 200 milhões de habitantes. A
Inglaterra forma 3.200 profissionais para uma população de 60 milhões de
habitantes”, disse.
Padilha ressaltou o caráter transitório de todas as medidas em
análise pelo governo. “O estruturante é criar mais vagas de medicina no
interior, abrir mais vagas nos cursos de medicina que permitam a entrada
de filhos de trabalhadores e criar mais hospitais com programas de
residência. Só que [o processo] pode demorar e intercâmbios podem dar
oportunidades para médicos brasileiros ampliarem sua formação como
especialistas mais rapidamente”, disse.
O debate acerca da falta de médicos nas regiões brasileiras mais
carentes tem gerado polêmica. No início do mês, o governo anunciou a
intenção de contratar 6 mil médicos de Cuba, além de profissionais de Portugal e da Espanha para trabalhar na atenção primária à saúde nestas
regiões. O governo considera que a deficiência desses profissionais é
um dos nós mais críticos para garantir a saúde para toda a população
brasileira.
O tema já foi objeto de discussão no Congresso Nacional e é alvo de
críticas de diversas entidades representativas da classe, como o Conselho Federal de Medicina,
que questiona a qualidade dos médicos estrangeiros e põe em dúvida a
eficácia da medida que consideram representar uma pseudoassistência à
população.
Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico
para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para
mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é 4
médicos.
No início do ano, os prefeitos que assumiram os mandatos apresentaram
ao governo federal uma série de demandas na área de saúde. Entre os
pontos destacados estava a dificuldade de atrair médicos para as áreas
mais carentes, para as periferias das cidades e para o interior.
Fonte: http://www.jornalbrasil.com.br/?pg=desc-noticias&id=86673&nome=Brasil%20discute%20na%20OMS%20a%20contrata%E7%E3o%20de%20m%E9dicos%20estrangeiros%20para%20trabalhar%20no%20interior%20do%20pa%EDs
Brasília – O Brasil vai sediar, no fim deste ano, uma conferência da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para discutir a formação de
profissionais da área, sobretudo médicos. Serão definidos pelos países
critérios para ampliação e distribuição de vagas de especialistas e a
criação de mecanismos de cooperação internacional para ajudar as nações
com baixas proporções de médicos por habitantes a equilibrar a
disponibilidade dos profissionais.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a escolha do
Brasil para receber o encontro, que ocorrerá no Recife (PE), foi
acertada durante a 66ª Assembleia Mundial de Saúde, que vai até a
próxima terça-feira (28), em Genebra.
“O Brasil foi escolhido por ter pautado a discussão sobre este tema
[atração de médicos estrangeiros ao país] na política internacional de
saúde”, disse hoje (22), ao participar do lançamento da campanha de
doação de leite, em parceria com o Programa Ibero-Americano de Bancos de
Leite Humano.
Ao enfatizar que o governo continua estudando trazer médicos de
outros países para preencher vagas em regiões com carência desses
profissionais, Padilha informou ter retornado nesta quarta-feira ao
Brasil a equipe do ministério que participou das reuniões, em Genebra,
sobre políticas de atração e fixação de médicos estrangeiros em países
como o Canadá, a Espanha, Portugal e a Inglaterra.
“Vamos ouvir detalhes não só sobre possíveis acordos bilaterais com
Espanha e Portugal, mas também sobre como países como Austrália, Canadá e
Inglaterra fazem para atrair médicos estrangeiros”, disse. Entre os
possíveis acordos bilaterais que o Brasil avalia, está o que prevê
intercâmbio para especialização de médicos em universidades de países
europeus.
“O Brasil precisa dar mais oportunidade para os médicos fazerem
especialização nas áreas que mais precisamos. No caso dos
anestesiologistas, por exemplo, são formados atualmente no Brasil quase
600 por ano para uma população de 200 milhões de habitantes. A
Inglaterra forma 3.200 profissionais para uma população de 60 milhões de
habitantes”, disse.
Padilha ressaltou o caráter transitório de todas as medidas em
análise pelo governo. “O estruturante é criar mais vagas de medicina no
interior, abrir mais vagas nos cursos de medicina que permitam a entrada
de filhos de trabalhadores e criar mais hospitais com programas de
residência. Só que [o processo] pode demorar e intercâmbios podem dar
oportunidades para médicos brasileiros ampliarem sua formação como
especialistas mais rapidamente”, disse.
O debate acerca da falta de médicos nas regiões brasileiras mais
carentes tem gerado polêmica. No início do mês, o governo anunciou a
intenção de contratar 6 mil médicos de Cuba, além de profissionais de Portugal e da Espanha para trabalhar na atenção primária à saúde nestas
regiões. O governo considera que a deficiência desses profissionais é
um dos nós mais críticos para garantir a saúde para toda a população
brasileira.
O tema já foi objeto de discussão no Congresso Nacional e é alvo de
críticas de diversas entidades representativas da classe, como o Conselho Federal de Medicina,
que questiona a qualidade dos médicos estrangeiros e põe em dúvida a
eficácia da medida que consideram representar uma pseudoassistência à
população.
Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico
para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para
mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é 4
médicos.
No início do ano, os prefeitos que assumiram os mandatos apresentaram
ao governo federal uma série de demandas na área de saúde. Entre os
pontos destacados estava a dificuldade de atrair médicos para as áreas
mais carentes, para as periferias das cidades e para o interior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário