JMJ: anfitriões já preparam suas casas para receber os peregrinos
A Jornada Mundial da Juventude só começará oficialmente no
próximo dia 23 de julho, mas os preparativos dos voluntários moradores do Rio que
irão hospedar peregrinos em suas casas já estão a todo vapor. Cuidados como o
cardápio do café da manhã e com os quartos dos visitantes já começaram a ser
planejados pelos anfitriões.
De acordo com a organização da JMJ Rio2013, foram
contabilizadas no sistema de hospedagem solidária cerca de 300 mil vagas
cadastradas e 155 mil peregrinos se inscreveram no evento com a opção de
hospedagem. Além de casas de família, há alternativa de se alojar em paróquias, escolas, clubes e ginásios.
Para o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom
Orani Tempesta, a hospedagem beneficia não somente os peregrinos, mas também
aqueles que acolherão: “Quem recebe um jovem em sua casa não recebe um
desconhecido, mas um irmão na fé. É uma chance de conhecer realidades de todo o
mundo e deixar uma visão positiva do Rio”, destaca.
Uma das anfitriãs voluntárias dessa
JMJ Rio2013 é psicóloga Maria José Zovico, 69 anos. Moradora da Barra da Tijuca, ela irá
abrir as portas da sua casa para seis fiéis durante a jornada.
Inicialmente, seriam “apenas” quatro
hóspedes, mas ela explica que tudo mudou quando a organização do evento
realizou o check up na residência,
para avaliar se está apta para receber os peregrinos: “Me inscrevi para receber
quatro hóspedes, mas quando eles vieram fazer a avaliação, viram que tinha
espaço e me perguntaram se eu aceitaria mais dois. Parei e pensei: ‘mais dois não vai fazer diferença’. Aceitei”.
Dona Maria José, que hospedará seis peregrinos na JMJ Rio2013Dona Maria José, como todos os
cadastrados, ainda não sabe quem são, quais as nacionalidades ou quando
chegarão os peregrinos, e, por isso, segundo ela mesmo diz, a expectativa é
grande. Mesmo com essas dúvidas no ar, ela já faz planejamentos para a chegada
dos hóspedes.
“A organização do evento não faz
exigências como servir alimentação, eles só pedem o espaço para dormir, que
necessariamente não precisa ser uma cama. Felizmente, tenho três quartos vazios
em casa e em cada um ficarão dois peregrinos. Nesta semana, já vou começar a
botar os lençóis na cama e fazer umas compras. Também já fiz, mentalmente, um
cardápio. Vou servir um café da manhã e de noite vou sempre servir uma salada e
um prato como, por exemplo, empadão, arroz de forno”, projeta a hospedeira.
Para poder receber os peregrinos em sua casa, Maria José
conta que teve de deixar de lado, temporariamente, até os próprios parentes: “É
um ato de desapego e de solidariedade o que vou passar nesses dias de jornada.
Vou deixar de receber meus filhos em casa para poder ajudar esses jovens, o que
é muito importante, pois é neles que começa a evangelização. Eles levarão a experiência
para a vida toda e merecem todo o meu respeito, carinho e dedicação na
hospedagem. Eu só falo português, mas tenho certeza que vamos nos entender
muito bem durante a passagem deles por aqui. Será uma troca muito boa de
experiências”, ressalta.
A vizinha de condomínio de Maria José, a fonoaudióloga Ana
Castelo, 57 anos, também passou pela mesma situação da amiga. Quando a
organização do evento visitou sua residência para avaliar se é possível abrigar
os peregrinos, lhe pediram para hospedar mais duas pessoas.
“Queria receber dois peregrinos, mas quando me perguntaram,
concordei que seria viável receber quatro pessoas. Além do espaço para dormir,
a organização também preza pelo número de banheiros da casa. Estou muito
vibrante com a chegada dos peregrinos para essa JMJ e quero abrir a minha casa
com muito amor e dedicação”, afirma Ana.
Dona Ana Castelo, em um dos quartos onde ficarão hospedados os peregrinosOs quartos onde Ana hospedará os peregrinos durante a JMJ já
estão prontos, à espera da chegada dos jovens fiéis: “A animação é tanta que já
deixei tudo organizado, com lençóis na cama e tudo”, garante.
Assim como a vizinha Maria José, dona Ana servirá um café da
manhã reforçado e, à noite, quando os peregrinos voltarem cansados, um lanche
caprichado os esperará. Segundo a fonoaudióloga, a preocupação é ainda maior
por se tratar de jovens: “Vou oferecer refeição porque, mesmo eles tendo o ticket
refeição da JMJ, precisarão estar bem preparados para a maratona que será o evento.
Minha intenção é ser solidária, como todo carioca é nestes momentos”.
Além de sua casa, dona Ana ficará responsável por mais seis
hóspedes, que ficarão abrigados na casa de veraneio de seu irmão, também na
Barra da Tijuca. “Como os peregrinos não podem ficar com as chaves, eu ficarei
com a responsabilidade de abrir e fechar a casa, além de dar assistência para o
que precisarem”, explica.
Outra anfitriã dessa JMJ Rio2013 é a estudante de
Comunicação Social da PUC-Rio Agatha Meirelles. Em seu apartamento no bairro da
Freguesia, em Jacarepaguá, quatro peregrinos ficarão hospedados. Agatha afirma
que a opção de sua família em serem anfitriões foi a forma que encontraram para
participar do evento.
Um dos sofá-camas, onde a estudante Agatha irá abrigar os jovens fiéis“Queríamos participar como voluntários, mas ficamos sabendo
que era preciso pagar uma taxa de R$ 140 por cada pessoa. Como nossa família
tem quatro pessoas, ficaria inviável. Então, procuramos outra forma de ajudar,
e essa forma foi abrir nossa casa para os peregrinos. Moramos numa cobertura e
sabíamos que poderíamos recebê-los com o conforto adequado”, explica Agatha.
Assim como as outras anfitriãs Maria José e Ana,
Agatha ressalta que os preparativos do espaço reservado para os peregrinos, já
estão sendo feitos, mesmo com a organização da jornada não tendo divulgado quem
são os fiéis. Independente da dúvida, a estudante acredita que a JMJ será um “intercâmbio
sem sair de casa”: “Tenho 18 anos e vou receber esses jovens com praticamente a
mesma idade. Vou treinar meu inglês e ao mesmo tempo estarei ajudando essas
pessoas. É um sentimento de solidariedade e de amor ao próximo”.
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