quarta-feira, 21 de março de 2012

Professores da Uncisal anunciam paralisação a partir de quinta-feira

Eles lutam por questões salariais, melhores condições de ensino e realização de concurso







Os professores da Universidade de Ciências da Saúde (Uncisal) decidiram, em assembleia geral na manhã desta terça-feira (20), paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir de quinta-feira. Eles lutam por questões salariais, defasadas, segundo os educadores, há sete anos, além de melhores condições de ensino e realização urgente de concurso público para substituir os duzentos professores, o que equivaleria a 80% do quadro.
Nesta quarta-feira (21), a partir das 9h, a categoria planeja uma mobilização em frente à universidade, seguindo um calendário preparado entre os professores no sentido de fazer pressão ao governo do Estado. Caso não haja um acordo com o Poder Executivo até o dia 02 de abril, os servudores do quadro administrativo já anunciaram que vão parar da mesma forma.Segundo a professora Analice Dantas, uma das integrantes do movimento dos docentes da Uncisal, a principal bandeira de luta, agora, é a pauta salarial. “Pleiteamos a isonomia com os salários dos professores da Uneal [Universidade Estadual de Alagoas], que fica em torno de 16% e a reposição das perdas salariais. Tudo fica em torno de 60%”, comentou a professora.
Ela também comenta que as dificuldades para desenvolver as atividades acadêmicas – ensino, pesquisa e extensão – são inúmeras. Por conta disso, este quesito foi adicionado às reivindicações da categoria.
Entretanto, um grave problema mencionado pela professora Analice Dantas é a terceirização do serviço na Uncisal. De acordo com ela, 200 professsores estão em regime de contrato até abril deste ano. Há uma determinação, segundo ela, do Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a contratação não se repita.
Portanto, a partir do mês que vem a universidade corre o risco de fechar alguns cursos e manter outros precariamente. “Os cursos tecnológicos e de Enfermagem praticamente só funcionam com contratados”, revelou.
“O governo do Estado já sugeriu que seja feito o Processo Seletivo Simplificado, mas a proposta não foi publicada em portaria no Diário Oficial do Estado. Apesar desta sugestão, queremos que se estipule um prazo para a realização de concurso público, já que o PSS tem contrato pré-determinado”, completou a professora Analice Dantas.

Estudantes apóiam decisão dos professores
Em contato com a Gazetaweb, o estudante de Medicina e membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uncisal, Lucas Tavares, informou que os alunos apóiam a reivindicação dos professores e até a decisão de anunciar uma paralisação por tempo indeterminado. Ele reclama que a estrutura da universidade está longe da ideal.
“A falta de investimentos e de comprometimento do governo do Estado com a Uncisal têm prejudicado e muito a nossa formação acadêmica. Nem prática nos cursos estamos tendo por conta das dificuldades da universidade”, criticou o estudante.
Sobre a greve, Lucas disse que o DCE assina em baixo e opina que se trata de um “mal necessário”.

Reitora ratifica problemas na universidade
A reitora da Uncisal, Rosângela Wyszomirska, informou que alguns dos pedidos dos docentes estavam encaminhados, inclusive a contratação pelo PSS, mas que respeita a decisão da categoria e ratifica todos os problemas elencados. Ela afirmou que não vai interferir na negociação com o Poder Executivo e comenta que entende as dificuldades enfrentadas pelos professores.
“Vamos continuar a gestão, respeitando a decisão de cada um. Alguns dos pedidos dos alunos e dos professores estão sendo atendidos. Um deles é a construção do Restaurante Universitário. Dispomos do dinheiro em caixa e falta apenas o fim do trâmite burocrático para iniciar as obras”, divulgou a reitora.

Extraído de: http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=266647&e=9

Postado por: Tita do Sindicato

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