Presidentes da CUT Vagner Freitas (Nacional) e Adi dos Santos Lima (Estadual) alertaram trabalhadores/as contra discursos conservadores dos que querem estimular clima inflacionário
Em um dia repleto de atrações musicais
e intervenções políticas, o 1º de maio da CUT São Paulo reuniu cerca de
120 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. Na tarde desta quarta-feira, a
Central realizou um ato político com autoridades nacionais e estaduais. O
tema da inflação e o reconhecimento da política econômica do governo
Dilma Rousseff foram a tônica dos discursos.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias,
afirmou que a inflação está controlada. “Na medida em que você
estabelece um gatilho, você estimula a inflação. Estamos vivendo um
período ímpar da história do país, com acréscimo da criação de empregos e
aumento real do salário de 1,7% acima da inflação”, afirmou. O ministro
estava se referindo a proposta de aumento de salário cada vez que a
inflação atingir 3% que está sendo feita por dirigentes da Força
Sindical.
O presidente da CUT Nacional, Vagner
Freitas, fez um alerta à sociedade: “Quem sofre com a inflação é a
classe trabalhadora e não os patrões. Nós sabemos disso porque os
governos anteriores ao Lula causaram inflação durante 500 anos no
Brasil. Temos que ficar atentos porque existe um discurso conservador
que quer gerar um clima inflacionário, para discutir que o governo
perdeu o controle da inflação e para usar isso na campanha de 2014. Esse
é o discurso dos banqueiros internacionais e nacionais”, criticou
Vagner, concluindo: "Nós queremos valorização do salário mínimo, do
trabalho e dos/as trabalhadores/as. E se tem uma crental sindical
forjada na luta - do campo e da cidade, do chão da fábrica à roça - que
luta para atender os interesses da classe trabalhadora e não dos
patrões, essa central é a CUT!"
De acordo com o ministro da Secretaria
Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, “a presidenta Dilma não vai
permitir que a inflação corroa o salário dos trabalhadores. É assim que
continuaremos construindo. Ressalto que temos que levar em conta que 86%
das categorias tiveram aumento acima da inflação”, pontuou.
“Não vejo no momento motivo para isso.
A CUT espera que o governo controle a inflação para não prejudicar os
salários, mas se a inflação disparar, vamos brigar pelo direito da
classe trabalhadora”, afirmou.Segundo Freitas, a proposta da CUT é
trabalhar no crescimento, baratear o crédito, fazer crescer o mercado
interno, expandir o emprego e a produção, acabar com o superávit
primário e valorizar o salário mínimo. “Estamos na luta pela defesa dos
trabalhadores e trabalhadoras para construir uma democracia de fato”.
O presidente ressaltou também que a
CUT luta por uma alternativa ao Projeto de Lei 4330/2004, do deputado
Sandro Mabel (PMDB-GO), que amplia a terceirização e precariza o
trabalho no Brasil. A regulamentação do direito de negociação do serviço
público, segundo a Convenção 151 da OIT, também é tema prioritário da
Central.
Quanto à PEC 72 das Domésticas, Manoel
Dias afirmou que o Brasil está vivendo a aprovação de um direito que
resgata historicamente uma profissão. Sobre as reivindicações do
movimento sindical, ele disse que Dilma Rousseff criou uma mesa de
negociação para receber as centrais sindicais no dia 14 de maio, em
Brasília.
“Para os empresários já houve várias
benesses, falta agora o apoio à classe trabalhadora. Se o governo não
atender a pauta da classe trabalhadora vamos sair às ruas”, reafirmou
Vagner Freitas.
Na ocasião, o prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad, anunciou na festa CUT/SP um reajuste de 79,8% aos
servidores municipais. Haddad não explicou em quanto tempo esse reajuste
será concedido. “Fechamos um acordo com mais de trinta sindicatos”,
concluiu.
Conheça os itens da pauta que o governo vai negociar com as centrais sindicais em Brasília:
1 – Terceirização – a ideia é construir uma proposta alternativa ao PL da terceirização;
2 – Rotatividade - construção de
alternativa para combater a alta rotatividade que precariza o trabalho e
é usada pelos empresários para reduzir salários – o trabalhador recém
contratado ganha sempre menos do que o antigo que foi demitido.
3 – Informalidade – as centrais e o
governo vão discutir uma proposta para aumentar os índices de
formalização dos trabalhadores.
4 – Fortalecimento do Sistema Nacional
de Intermediação de Mão de Obra (SINE) é outro item que a mesa de
negociação vai discutir e buscar solução.
5 – Política de apoio a aposentados – benefícios na área de medicamentos, cultura, lazer etc.
6 – Regulamentação do trabalho
doméstico. O Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional
72/2013, uma garantia de que os trabalhadores domésticos terão direitos
como pagamento de horas extras, adicional noturno e FGTS como todas as
outras categorias profissionais, mas falta regulamentar. O governo
garantiu que as centrais sindicais vão participar de toda a discussão de
cada um dos itens da regulamentação.
7 – Participação das centrais
sindicais nos conselhos do Pronatec e Pronacampo. Os sindicalistas
querem discutir a implementação das políticas.
8 – Regulamentação do direito de negociação do serviço público (Convenção 151 da OIT).
Escrito por: Vanessa Ramos e Flaviana Serafim - CUT/SP
Fonte: http://www.cut.org.br/destaques/23204/dia-do-trabalhador-festa-da-cut-reune-mais-de-120-mil-trabalhadores-as-no-centro-de-sao-paulo
Postado por: Euclides Avila- Coordenador de Comunicação.
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